As origens do Banco Espírito Santo remontam ao comércio de lotarias, câmbios e títulos que José Maria do Espírito Santo Silva (Lisboa, 1850-1915) exerceu entre 1869 e 1884, pois em 1869 deram-se as primeiras referências ao comércio que este banco exercia, por conta própria, de compra e venda de lotarias, a par da transação de títulos de crédito nacionais e internacionais.

Desde essa data até 1920, sucedeu-se a fundação de várias casas bancárias, tais como, a Beirão, Silva Pinto & C.ª, (1884-1897), Silva, Beirão, Pinto & C.ª (1897-1911), J. M. Espírito Santo Silva (1911) e J. M. Espírito Santo Silva & C.ª (1911-1915);

Em 23 de dezembro de 1916, após a morte de José Maria do Espírito Santo Silva, estas casas foram dissolvidas e os seus herdeiros fundaram a Casa Bancária Espírito Santo Silva & C.ª, gerida pelo filho José Ribeiro do Espírito Santo Silva;

A 9 de Abril de 1920, transformou-se a Casa Bancária em Banco e no mesmo dia foi inaugurada a agência de Torres Vedras, onde no primeiro passo se teve o objetivo de levar cada vez mais perto dos clientes os serviços bancários;

Na década de 20, período de convulsões políticas, económicas e sociais, que conduziram alguns bancos à falência, o BES reforçou a sua posição no contexto da banca nacional;

Em 1926, integrou-se no grupo das cinco maiores instituições bancárias privadas;

Em 1932, com o novo modelo de gestão implementado por Ricardo Ribeiro do Espírito Santo Silva, eleito nesse mesmo ano para a Presidência do Conselho de Administração, iniciou-se uma fase de consolidação e expansão da empresa que;

Em 1936, Ricardo Ribeiro Espírito Santo Silva, assumiu-se na liderança da banca privada nacional;

Em 1937, o BES fundiu-se com o Banco Comercial de Lisboa (uma instituição criada em 1875), dando origem ao Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa (BESCL);

Em 1955, Manuel Ribeiro do Espírito Santo Silva, por falecimento do irmão, Ricardo do Espírito Santo, ocorrido a 2 de fevereiro desse ano, assumiu o lugar de Presidente do Conselho de Administração;

Na década de 1950, o BESCL, teve um empenho ativo na internacionalização da economia portuguesa, e acompanha esta expansão com uma política de continuidade na abertura de 47 (em 1960) para 82 (em 1966) agências;

Até meados de 1970, o BESCL reforçou as participações na área internacional com aquisições, parcerias e criação de bancos em países como os EUA, Angola, Reino Unido, entre outros;

Em 1972, é cofundador do Libra Bank e no ano seguinte, associado ao First National City Bank of New York funda, em Luanda, o Banco Inter Unido;

Em 1973, Manuel Ricardo Espírito Santo Silva assumiu o cargo de Presidente do Conselho de Administração;

A 14 de Março de 1975, em virtude do Decreto-Lei Nº 132-A, foram então nacionalizadas todas as instituições de crédito com sede no território português, que impediram o desenvolvimento da sua atividade em Portugal, onde o Grupo Espírito Santo (GES), tratou por refazer os seus interesses no exterior em países como o Brasil, Suíça, França e EUA.

Em 1975, obteve-se o ponto alto de desenvolvimento, com a criação de uma holding sediada no Luxemburgo, sociedade que em 1984 deu origem ao Espírito Santo Financial Group (ESFG);

Em 1986, iniciou-se o seu regresso a Portugal, após a retoma das atividades bancárias à iniciativa privada;

Entre 1976 e 1982, com o apoio do Crédit Agricole e de um núcleo duro de acionistas portugueses, entre eles, Ricardo Salgado, participou-se a partir do estrangeiro na reconstrução do grupo e o GES criou o Banco Internacional de Crédito (BIC), tendo nesse mesmo ano formado a Espírito Santo Sociedade de Investimentos (ESSI) com a participação da UBS, da Suíça e do Kredietbank S.A. Luxembourgeoise (KBL) do Luxemburgo;

Em 1990, o GES recuperou a companhia de seguros da Tranquilidade (onde a família tinha uma participação desde 1935);

Em 1991, o grupo espirito santo, recuperou o controlo do Banco (perdido aquando da nacionalização da banca, em 1975);

A 9 de Julho de 1991, realizou-se a operação de venda do BESCL, que na segunda fase da reprivatização passou a ser liderado pelo GES, ao qual se associou, uma vez mais, o Crédit Agricole, que assegurou o crescimento sustentado do banco no futuro;

Ainda em 1991, após a reprivatização, Ricardo Salgado assumiu a presidência executiva do Banco Espírito Santo, dando-se o início a um percurso que conduziu a um aumento de quota de mercado de 8% para 20% e à internacionalização do BES, sendo que, neste mesmo processo de reprivatização, uma holding foi criada entre o ESFG e o Crédit Agricole, a BESPAR, detida a 67% e a 32% respetivamente, a qual passou a deter 42% do BES, que se assumiu como o seu principal acionista, sendo que outros acionistas de referência, foram o próprio Crédit Agricole (8,8%), a Companhia de Seguros Tranquilidade Vida (6,14%) e o Banco Bradesco (6,05%), entre outros, encontrando-se o restante capital cotado na Euronext;

Em 1999, este grupo de acionistas, juntamente com o Credit Agricole, adquiriam o Banco Boavista no Brasil, sendo que em 1999, foram causados grandes prejuízos a clientes em fundos de investimentos administrados pela BES DTVM, presidida pelo Ricardo Espirito Santo Salgado;

Em 1992, o BES passou a operar no mercado espanhol após a aquisição do Banco Industrial del Mediterrâneo, que mudou a designação para BES (Espanha), e foi criada a ESAF – Espírito Santo Ativos Financeiros, onde os investimentos em Espanha foram consolidados através da integração das atividades da corretora Benito y Monjardin e da GES Capital;

Em 1995, abriu em Macau o Banco Espírito Santo do Oriente (BESOR) onde se promoveram produtos para empresa e se começaram a oferecer produtos para clientes privados;

A 1998, em França, o BES desenvolveu a sua atividade através do BES Vénetie, onde teve uma participação de 42,69%, sendo que um ano depois, foi a vez de participar nos EUA, onde adquiriu o capital do Espírito Santo Bank cuja atividade de Private Bank era direcionada para os clientes da América Latina, com foco no Brasi;

No final dos anos 1990, o BES associou-se juntamente com o Credit Agricole com o brasileiro, tendo controlo acionário da instituição brasileira Banco Boavista, onde a sua gestão, por Ricardo Esprito Santo Salgado, foi desastrosa, e infringiu a investidores brasileiros, oriundos da classe médias, um enorme prejuízo nos fundos de investimentos administrados pelo BES, distribuidora de títulos e valores mobiliários;

Em dezembro de 1999, com a desvalorização do Real, apenas 3 instituições que administravam os fundos no Brasil, imprimiram prejuízos aos quotistas, sendo alguns desses, o Banco Marka e o Fonte Cidam que pagaram a todos os investidores.

Em 2001, foi construído o Banco Espírito Santo Angola, um banco de direito angolano, onde o Grupo BES passou a ficar presente em 25 países e 4 continentes, através de sucursais, escritórios de representação ou empresas participadas;

Em 2012, o banco liderado por Ricardo Salgado, foi o único dos três maiores bancos privados portugueses a aumentar capital recorrendo apenas aos acionistas e ao mercado de capitais, sem recorrer ao dinheiro dos contribuintes;

Em Janeiro de 2013, o BES foi o único banco português a gerir a operação que marca o regresso de Portugal aos mercados desde que o país foi alvo de intervenção da troika;

Ainda em 2013, o Banco Espírito Santo passou a liderar a banca portuguesa na satisfação dos clientes, de acordo com o índice nacional de satisfação de clientes (ECSI), em Portugal;

Em 2014, esta área internacional pesava metade dos lucros da instituição;

Em Junho de 2014, o BES levou a cabo uma operação de aumento de capital, considerada por Ricardo Salgado como a de maior sucesso desde a sua privatização em 1992, contando com a participação de cerca de 150 investidores institucionais, e resultando numa procura 178% superior à oferta disponível;

Em Maio de 2014, através de um prospeto aumento de capital, o banco revelou que uma auditoria externa às contas de 2013 do grupo Espírito Santo, onde apurou irregularidades nas suas contas e concluiu que a sociedade apresentava uma situação financeira grave;

Em Julho de 2014, Ricardo Salgado foi afastado da liderança e substituído pelo economista Vítor Bento por acordo entre os principais acionistas e o Banco de Portugal;

A dia 30 de Julho, já depois da substituição na presidência do banco por Vítor Bento, o BES anunciou que a existência no seu balanço de 4.253,5 milhões de euros de imparidades e contingências, que o obrigavam a considerar no primeiro semestre de 2014 um prejuízo de 3.577 milhões de euros;

Entre Janeiro e Agosto de 2014, as ações do BES perderam mais de 80% do seu valor, caindo de €1,05 por ação para o valor de €0,17;

No início de agosto de 2014, o Banco Central Europeu suspendeu o acesso do BES às operações de política monetária, obrigando-os a reembolsar integralmente o seu crédito junto do Eurosistema no prazo de três dias no valor de 10 mil milhões de euros;

A 3 de agosto 2014, o Banco de Portugal anunciou ainda por meio do seu Governador Carlos Costa, um resgate no valor de 4.900 milhões de euros do BES, onde se anunciou desde então, o fim do BES como um banco privado;

A 4 de agosto de 2014, o BES foi excluído do PSI-20, onde existiu uma auditoria ao Banco Espírito Santo, que reiterava que teria havido uma gestão ruinosa no banco em detrimento dos depositantes, investidores e demais credores, sendo que desde então se deu o fim do banco espirito santo e o surgimento do novo banco.